sexta-feira, 1 de junho de 2012

Responsabilidade social efetiva em prol da vida e da nossa identidade.

Mobilização da sociedade civil em prol da preservação do
Arquivo Público do Estado

Abaixo está a carta da Ethel Valentina.

"Aos historiadores de plantão. O Arquivo Público do Estado do Pará está cada vez correndo maior perigo. Esta madrugada ocorreu um curto circuito em virtude de sua fiação ser tão histórica quanto sua documentação e por muito pouco não pegou fogo. Sai governo, entra governo e nada é feito para que o Arquivo tenha um pouco mas de atenção, respeito e ser valorizada como um lugar onde é guardada a memória de um estado, de um país. Onde estão os historiadores que reclamaram de uma ação que era a preservação de uma documentação, Período Colonial, que estava correndo perigo de acabar e que foi preciso a Associação doa Amigos do Arquivo Público através de um projeto conseguiu verba para que fosse restaurada e digitalizada? Ou caso esses mesmos historiadores não tem palavras quando se trata da segurança de todo um acervo? Por quanto tempo vamos esperar para que uma tragédia venha acontecer para que tenham alguma reação diante da sociedade? Depois do acontecido serão apenas palavras perdidas, fogos de artifícios. Vários Memorandos foram enviados a secretaria a qual o Arquivo pertence para que seja feito algo, NADA FOI FEITO, SEMPRE COM PROMESSAS E PROMESSAS E, MAS PROMESSAS. É preciso tomar uma atitude e se nós funcionários públicos que trabalham no Arquivo Público do Estado não tem nenhuma força diante deste governo quem sabe ELEITORES não conseguem alguma coisa. Documento é a base de tudo, é a comprovação de uma existência. Onde vocês acham que começa um ato legal, ou a construção de um governo, ou um prédio que tantos SÓ se preocupam em conservar, ou um acontecimento importante? È no papel, e no documento... Tenho que ressaltar que o Diretor do Arquivo Público tem tentado chamar a atenção para todos os problemas existentes no Arquivo, mas a insensibilidade de nossos gestores, nada é feito. Para mim já está chegando à incompetência, em minha opinião. Se Alguém tem medo de falar algo eu não tenho. Vamos lá gente vamos pressionar vamos fazer algo ou quatrocentos anos de historia vão virar cinza."
 

Meus preclaros, constatadas algumas manifestações que tentam confundir a opinião pública sobre a mobilização, que na verdade se constituem em desserviço à necessária e urgente preservação do prédio e tentam justificar uma possível negação da SECULT em tomar as providências devidas, temos a registrar que o ato foi incontestemente público, acessível a todos: brancos, pretos, vermelhos, amarelos, azuis e até pálidos; foi super transparente, mobilizado exaustivamente por meio das  redes sociais, transcendeu os vários requerimentos por condições adequadas de trabalho, tornou-se um movimento da cidade e do mundo, posto que, essencialmente explicitou a relação direta entre memória, ancestralidade, identidade, cultura, cidadania e humanidade.  Em qualquer tempo é inadmissível que a administração pública negligencie com o patrimônio cultural, sobre tudo, em se tratando de equipamentos que estão sob sua responsabilidade, vez que lhe é imposta por uma vasta legislação, já carente de atualização, dentre outras, a fiscalização e salva-guarda do patrimônio material e imaterial, além disso tudo, não esqueçamos que a questão perpassa, principalmente, pela segurança de pessoas, expostas até ao risco de morte, dadas as precárias condições da instituição.  A vida sempre antes das convenções e de qualquer tipo de opção.  Isto posto, desarmemo-nos, não nos deixemos levar por picuinhas, oportunismos, falácias e sofismas, pois, efetivamente, não se trata de um tribunal, concentremo-nos no fato concreto de que soluções urgentes são necessárias e prioritárias, é hora de todos, indistintamente, arregaçarmos as mangas, de termos atos altivos,  momento de responsabilidade social efetiva em prol da vida e da nossa identidade.  No mais, o Fórum Landi precisando, estaremos lá.  A cidade e seu povo exigem um olhar e ações para a coletividade e são muito maiores do que qualquer interesse pessoal e, principalmente, maior do que tudo que brota de ruim dos engendramentos partidários.  Gente do bem, propósitos positivos, parceria incondicional.