Olha! olha pro lado, olha pro fundo e, por favor, olha profundo, muitos desconversarão, dizendo que é um grito partidário, mas é só uma pitada de sensibilidade. Depois de 7 (sete) anos de muito recurso público gasto com propaganda, alterações questionáveis do projeto e contrato, chegou-se a aproximadamente 1.500 m de janelas abertas para o rio, mas a imagem proporcionada, que de fato é bela, não consegue empanar a constatação de um serviço inacabado: no passeio não há guarda corpo (atenção pais, muito cuidado com as crianças); pouca área para estacionamento, já experimentamos o engarrafamento; falta de banheiros públicos; pouca arborização; sem coleta seletiva de lixo; falta de um processo transparente para concessão dos quiosques; falta de áreas cobertas, o que deveria ser impensável, tratando-se de Belém, hora sol, hora chuva, que o digam as várias famílias que não tinham para onde correr com suas crianças, num final de tarde de chuva torrencial; e o que dizer dessas cenas de total desassistência, a prova concreta de que a perspectiva é parcial e, portanto, continua equivocada, enquanto elitista e excludente. Até quando será assim? No dia da inauguração, o protesto da vizinhança, coberto de razão, invadiu a festa. O “playground” inacabado já está lá, mas se espera que não seja só a primeira etapa de uma obra de grandes espigões, de altos condomínios. Fecharão o rio de novo? Não está completo, não está satisfatório, poderia e deve ser melhor, merecemos mais e à comunidade do entorno é devido dignidade e respeito. E tenho dito.
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