Tudo que parece boa ficção, lenda urbana, teoria da conspiração, como concluiriam muitos falantes, donos da verdade, ou quem sabe alguém deliberadamente tentando nos desviar da descoberta, pode ter certeza, a genialidade humana se presta, se empenha em desafiar e realizar, se tratando de coisas boas, e, muito melhor, se for de ruim.
Acredite, não é obvio como pode parecer. É preciso provocar, perseverar e esclarecer, pois, a grande maioria da população nem cogita, uma pequena parte duvida, outra sabe, mas acha que não pode fazer nada e um quinhão menor ainda, sabe, tem certeza e o que é pior, é protagonista de um engendramento político que visa única e insistentemente manipular nossas vidas, visando tirar vantagens, um verdadeiro jogo de ilegalidades e corrupção.
Olha o que temos nesse tabuleiro e vê no que dá: Capitalistas sedentos por mais e mais riqueza, executivos, presidentes de comissões de licitação, políticos ávidos por poder, que se colocam a serviço de interesses dos mais espúrios e ilegais possíveis, um país com mazelas sem fim, detalhe, para aqueles que ainda não “aprenderam a jogar”, tudo de ruim: educação, saúde, saneamento, urbanismo, distribuição de renda, falta de oportunidades, discriminação, que desavisa a população e propaga a lei do mais forte ou mais esperto, “sabe com quem está falando”, legislação permissiva, desatualizada, justiça lenta, impunidade, instituições fragilizadas, desestruturadas, vulneráveis, que favorecem a corrupção de péssimos profissionais de todas as áreas: juízes, desembargadores, ministros, senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores, procuradores públicos, delegados, policiais, assessores de todos os níveis, paremos por aqui, não que a lista não continue. Esse mix já nos proporcionou anos de ditadura, censura, concentração de renda, privatizações esquisitíssimas, manobras no congresso, enriquecimentos ilícitos, mensalões, renúncias, fiscalização ineficiente, várias instâncias de recurso e vendas de sentença, legislação cheia de brechas, má formação profissional, pirataria e na onda do mudar para não mudar: impeachment, cassações, aposentadorias compulsórias de juízes, ainda que este último mais pareça uma piada de mau gosto.
É exatamente assim que se constitui a grande armadilha, a teia, a rede da corrupção, contudo, alguma coisa vem mudando e a toda hora a imprensa nos mostra quão grande é o abuso, claro que isso também, em certa medida, faz parte do jogo do poder, mas o fato é que algumas graves denúncias têm sido apuradas, evidentemente, por conta da grande exposição a que os infratores são submetidos, embora ainda sejam lentos os resultados.
Estamos aprendendo e acertar o voto é essencial. Delegar o poder de legislar às raposas só tem de certo o prejuízo. Não pode e não deve ser só um alento: a lei da ficha limpa, a corrente pelo voto distrital e pelo financiamento público de campanha, precisamos definitivamente assumir as nossas responsabilidades, exercitar a nossa cidadania e persistir na construção da verdadeira democracia.